SARNEY AFIRMA QUE SEM CONSENSO PROPOSTA DO ATO MÉDICO NÃO TERÁ
URGÊNCIA
Representantes das Entidades Nacionais dos
Trabalhadores na Área de Saúde e dirigentes do Sistema de Conselhos de
Psicologia, composto pelo Conselho Federal e outros 17 Conselhos Regionais,
entre outras entidades de profissionais de saúde, solicitaram ao presidente
Sarney que o Projeto de Lei (PLS 268/2002), conhecido como Ato Médico, não seja
apreciado pela Casa em regime de urgência. Sarney disse que, devido a complexidade do assunto e a falta de consenso, o projeto
não entrará em regime de urgência nesta legislatura.
As lideranças do setor afirmaram que o texto
atual do projeto fere os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde
(SUS) e constitui-se em um retrocesso ao modelo de saúde multiprofissional.
Segundo eles, o projeto interfere no trabalho das outras profissões da saúde.
Na opinião dos dirigentes da Confederação
Nacional dos Trabalhadores na Saúde, se aprovado, o PL prejudicará a sociedade,
que perde a possibilidade de contar com profissionais de várias áreas
trabalhando de forma integrada e articulada, em equipes multiprofissionais,
definindo conjuntamente o diagnóstico e o tratamento.
na Cristina Brasil,
membro do Conselho Nacional de Saúde, afirmou, durante a reunião, que o projeto
não conta com o apoio da maioria das entidades do setor. O presidente do
Conselho Federal de Psicologia, Humberto Verona disse que a proposta
"desconsidera a trajetória das demais profissões que constituem o cenário
da saúde na ótica do SUS". Verona propõe que o substitutivo "assegure
as garantias constitucionais relativas ao direito dos usuários do SUS ao atendimento
integral", que para o dirigente classista não são atendidas no Projeto em
estudo na CCJ.
Sarney ouviu dos conselheiros presentes que
da forma como está o Projeto Ato Médico torna privativo da classe médica todos
os procedimentos de diagnóstico sobre doenças, indicação de tratamento e a
realização de procedimentos invasivos. Acrescentaram ainda que "é evidente
o interesse coorporativo dos médicos por reserva de mercado, desconsiderando a
trajetória das demais profissões que constituem o cenário da saúde na ótica do SUS".
José Marcos
Oliveira, membro do Conselho Nacional de Saúde, representante dos usuários,
endossou Verona e argumentou que a votação do PL 268 de forma "açodada em
final de mandato", não atende ao interesse público: " é importante a
retomada do debate com a real oitiva do Conselho Nacional de Saúde que é o fiel
guardião do Sistema Único de Saúde".
Histórico
Em 2004 diversas categorias da saúde pública
entregaram a José Sarney - à época ocupando a presidência do Senado pela
segunda vez – documento com mais de um milhão de assinaturas contrário ao
projeto conhecido como Ato Médico. Passados cinco anos, no dia 21 de outubro do
ano passado, texto com os mesmos princípios contestados em 2004 (segundo várias
categorias de saúde), foi aprovado na Câmara Federal e agora está sob análise
da Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Secretaria de
Imprensa da Presidência do Senado
Leia
a matéria no site do Senado:
http://www.senado.gov.br/senado/presidencia/detalha_noticia.asp?data=23/11/2010&codigo=88015
Estiveram representando a Fisioterapia e
Terapia Ocupacional, a Dra. Ana Christina de Oliveira Brasil - Fisioterapeuta,
representante do CNS e Conselheira do CREFITO-6 e o Presidente do CREFITO-7 e
Presidente da Comissão Parlamentar do COFFITO - CAP, Dr. José Roberto Borges
dos Santos.
Núcleo de Comunicação e Eventos do
CREFITO-10