Legislação Crefito (v1.5) - page 1108

principalmente, se utilizadas doses médias ou altas como consequência. Ondas de Choque no tendão, quando aplicadas em
modelos animais, com dosagem de 0,6mJ/mm , mostraram provocar efeitos deletérios sobre vasos sanguíneos locais
(ROMPE et al., 1998).
Quando os níveis de energia aplicados estiverem na faixa entre baixa e média não há relatos de efeitos adversos
significantes. Alguns relatos de dor ou desconforto durante e, algumas vezes, após o tratamento podem ser comuns por
períodos relativamente curtos (de 1 a 2 dias). É interessante, neste sentido, advertir o paciente sobre esta possibilidade
antes da aplicação do tratamento. Pode haver, também, algumas irritações de pele suaves, avermelhamento e parestesia,
mas esses efeitos, em geral, são transitórios (WANG et al., 2012).
DOSAGEM TERAPÊUTICA
Em adição à energia aplicada em mJ/mm , cujos níveis variam entre baixos e médios, outros fatores importantes são
relacionados.
1. Números de disparos: usualmente entre 1000 e 1500, como a maioria dos ensaios clínicos demonstraram, porém
algumas autoridades no assunto sugerem superior a 2000. Por outro lado, outros autores sugerem o número tão pequeno
quanto 100 disparos, mas é mais comum encontrar acima de 500.
2. Número de aplicações: há evidências que uma única aplicação possa ser eficiente, mas a maioria dos resultados de
pesquisas clínicas usam entre 3 e 5 sessões, sugerindo que possam ser necessárias até 7 sessões para lesões renitentes
e, geralmente, com baixa energia.
3. Frequência: o período ótimo entre sessões de tratamentos é de uma semana, mas, a critério do terapeuta, este período
pode ser reduzido ou aumentado de acordo com as condições do paciente e com a resposta deste à terapêutica.
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
Entre as aplicações mais comuns com resultados já comprovados na literatura estão os casos de tendinites calcárias,
fasceíte plantar, bursites, epicondilites, tendinopatias de diversas origens, entre outras, além de inativação de pontos gatilho
da síndrome miofascial.
Numa revisão sistemática publicada numa revista típica dos profissionais de Fisioterapia (Manual Therapy), os autores
acharam fortes ou moderadas evidências de seus efeitos em tendinose do manguito rotador com calcificação em curto
prazo ou longo prazo com altas e baixas doses, respectivamente, num lote de 11 Ensaios Clínicos Controlados e
Aleatorizados (do inglês, RCTs). No mesmo estudo, os autores observaram que para tendinose sem calcificação houve
apenas 6 RTCs com um nível de evidência limitada para médias intensidades, normalmente associadas com cinesioterapia
(terapia por exercícios), mas com ressalvas, pois não se achou estudos com Ondas de Choque de Alta Intensidade, o que
faz os autores indicarem que se realizem estudos nestas condições para submissão e avaliação no futuro (HUISSTEDE et
al., 2011). Vale ressaltar que, nesta metanálise, os autores comparam com variados métodos de Fisioterapia, para viabilizar
a escolha mais acertada para o profissional que vai realizar o tratamento para estes casos.
Confirmação neste sentido vem da revisão sistemática e metanálise com avaliação de seis meses após o tratamento, que
demonstrou uma efetividade maior do tratamento pelas Ondas de Choque sobre a reabsorção da calcificação do ombro, em
4 de 6 estudos analisados. IOPPOLO et al. (2013) relatam ainda uma melhora da dor e função articular do ombro com
persistência dos resultados após seis meses.
Num outro trabalho de revisão, no qual vários fisioterapeutas realizam as análises, houve um detalhamento da qualidade
metodológica dos trabalhos, em que a maioria esteve em 7 na escala até 10. No entanto, houve evidências de vantagens
clínicas na utilização das Ondas de Choque em tendinites calcárias do ombro, com alguns trabalhos mostrando alguma
efetividade de longo prazo (mais de um ano), porém com poucos trabalhos realizados com este objetivo (médio prazo), para
que se pudesse conseguir estabelecer um guia seguro de dosagens para aplicações (LEE et al., 2011).
Numa revisão sistemática e metanálise realizada por CHANG et al. (2012) há evidências que suportam a Terapia por Ondas
de Choque como tratamento para fasceíte plantar. As taxas de sucesso do tratamento não foram relacionadas com os
níveis de energia, enquanto a magnitude da redução da dor tem uma suave relação com a dose-resposta. Com a
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