Legislação Crefito (v1.5) - page 1082

A visão é o sentido que mais informações fornece do meio ambiente e o único capaz de organizar outras
informações sensoriais. A integridade visual é importante para a condição de bem-estar e saúde de um indivíduo.
A avaliação oftalmológica da pessoa com deficiência visual nos Serviços de Reabilitação Visual fornece
subsídios para o trabalho de habilitação e reabilitação a partir do conhecimento das características da resposta visual.
A partir do estudo da função visual, poderão ser prescritos auxílios ópticos adequados e indicadas as modificações
ambientais e de materiais que promoverão a melhor resolução visual e a melhora do desempenho nas atividades
diárias. Para o profissional da área de reabilitação, os dados da avaliação permitirão reconhecer a real funcionalidade
do indivíduo e darão subsídios para as intervenções apropriadas.
Os objetivos da avaliação oftalmológica na área da reabilitação são:
- Diagnóstico e tratamento;
- Reconhecimento das características visuais funcionais;
- Reconhecimento da funcionalidade do indivíduo;
- Reconhecimento de aspectos ambientais e sociais;
- Reconhecimento de expectativas e necessidades do indivíduo;
- Prescrição da correção óptica de sua ametropia e de auxílios ópticos;
- Orientação quanto ao uso de auxílios não ópticos e eletrônicos para baixa visão;
- Orientação quanto a aspectos legais da deficiência visual;
- Orientação a profissionais envolvidos na reabilitação visual do indivíduo com baixa visão; e
- Encaminhamento a serviços especializados complementares para atendimento das necessidades específicas
do indivíduo.
O atendimento oftalmológico do paciente com deficiência visual constitui-se numa extensão do tratamento
clínico, do procedimento cirúrgico e da prescrição da correção óptica para as ametropias e, muitas vezes, as
abordagens devem ser contínuas e simultâneas (por exemplo, acompanhamento em serviços de retina e de visão
subnormal simultaneamente). Objetiva-se a melhora da funcionalidade do indivíduo com emprego de todas as
estratégias disponíveis para o seu caso.
Para alcançar os objetivos apresentados, a avaliação oftalmológica é composta por anamnese, exame
oftalmológico (acuidade visual, refração, biomicroscopia do segmento anterior, fundo de olho, tonometria), avaliação de
funções visuais (medida da acuidade visual, medida de ofuscamento e contraste, medida do campo visual, teste de
visão de cores, teste ortóptico/motilidade extrínseca) para hipótese diagnóstica e conduta terapêutica e de prescrição
óptica; adaptação de auxílios ópticos para baixa visão (indicação, orientações para uso funcional do auxílio e
prescrição), orientações para uso de auxílios não ópticos e auxílios eletrônicos (vídeo-ampliação) e de informática.
Após as orientações fornecidas e a prescrição realizada, acompanhamento do paciente deve ser realizado (de acordo
com as dificuldades funcionais e características de progressão da doença ocular de base).
C. AUXÍLIO PARA VISÃO SUBNORMAL
Auxílio para visão subnormal é qualquer recurso utilizado para melhorar o desempenho da pessoa com visão
subnormal nas suas diversas atividades. Podem ser ópticos, não-ópticos e eletrônicos.
A indicação dos auxílios deve estar baseada:
- Na avaliação oftalmológica específica para visão subnormal, com pesquisa das diversas funções visuais. O
valor da acuidade visual auxilia na indicação da magnificação necessária; a pesquisa de campo visual dá indícios da
dificuldade que poderá ser observada para determinados níveis de ampliação, na dinâmica da leitura e na orientação
no ambiente; a avaliação da resposta aos diversos níveis de contraste pode mostrar a necessidade da modificação da
iluminação empregada, do uso de maior ampliação e utilização de auxílios não ópticos;
- Nas necessidades do paciente, o perfil do paciente deve ser considerado: sua idade, escolaridade, profissão,
estilo de vida, atividades que almeja desempenhar, estado psicológico quanto à deficiência.
- Na possibilidade de aumentar as áreas de interesse e atividades, conservando as habilidades já existentes.
Para cumprir esses objetivos, devem ser consideradas nas atividades da equipe multiprofissional, para a
adaptação de auxílios ópticos, as seguintes etapas: avaliação, indicação, orientações para uso funcional (treinamento),
prescrição e acompanhamento.
AUXÍLIOS ÓPTICOS
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